A hipermilitarização nas plataformas digitais: barreiras ao empoderamento feminino
Resumo
Hipermilitarização é uma ferramenta no Brasil, excedendo a ideia de militarismo, reproduz guerra, violência e simbologia das Forças Armadas em âmbitos do tecido social, impactando negativamente o desenvolvimento das mulheres. Esta pesquisa visa analisar como essa ideia carrega a personificação da força física e violência para um cenário de guerra constante, e como a violência de gênero em contexto hipermilitarizado é notada habitualmente, através da dominação, não somente sexual ou social mas também econômica, pois depreende-se da análise que se constitui dimensão institucional através das forças de segurança do Estado – encorajando a ascensão das Forças Armadas ao poder como instrumento de controle. A perpetuação do patriarcado
utiliza símbolos hierárquicos de força, coragem e honra, fundamentalmente masculinos, ocultando nesse discurso diferentes formas de violência de gênero. Exploraremos como a propaganda belicista transpassa a sociedade através das redes sociais, disfarçando em conteúdos humorísticos vídeos que contam com ideias pró-violência e discursos de ódio às mulheres. Através da análise qualitativa dos conteúdos, investigamos como o Estado e seus agentes têm sido difusores disso, aproveitando-se das redes, contando com a sensação de insegurança disseminada na população, que acredita necessitar o uso das Forças Armadas para ter segurança, e como essa legitimação do uso da força os alimenta com valores de masculinidade, poder e supremacia, servindo como catalisador para promover desigualdades de gênero. Compreenderemos como o controle social através dos pilares do militarismo se dá nas plataformas, respaldando discursos de valores tradicionais, reforçando a violência e promovendo relações de poder desiguais, impactando socioeconomicamente às mulheres.